segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

FALA DE DILMA TENTA ENGABELAR MÉDICOS E A POPULAÇÃO

Nova publicação em Blog oficial da FENAM

Fala de Dilma tenta engabelar médicos e população

by falamedico
ARTIGO PUBLICADO NO DIÁRIO DA MANHÃ POR MARCELO CAIXETA, MÉDICO PSIQUIATRA: http://www.dm.com.br/texto/163839-fala-de-dilma-tenta-engabelar-madicos-e-populaaao

1) Em “conversas no Planalto”, o marqueteiro Santana teria dado uma série de dicas sutis para Dilma "aplacar a fúria dos médicos com a Destruição da Medicina". 


2) No dia 28 de janeiro ela tentou colocar uma delas em prática com a seguinte declaração  : "O Brasil não precisa de mais hospitais, o médico é que faz a diferença". ( neste artigo destrincho mais esta estratégia) 


3) Está óbvia e ululante a tentativa de "simpatizar" com os médicos nesta declaração. No entanto há bem mais que isto. Quer jogar os médicos contra os hospitais, despertando no "inconsciente" dos primeiros a raiva primitiva do patrão, do empresário ( dono de hospital ), tentando despertar assim, no médico, o “espírito esquerdista” que existe em todo empregado. 4) Há também a tentativa sub-reptícia de tentar despertar o latente desconforto de todo brasileiro com tudo que é ciência, estudo, “rigidez cognitiva”, “ciência”,   complexidade,  tecnologia, “máquinas desumanas” . Um tipo de  "apelo" ao "humanismo, humanismo que deveria existir em uma  afetiva e primária relação médico-paciente". 


5) A declaração também diz,  nas entrelinhas : "médico, você é importante, a ciência não, a complexidade não, o hospital não, o empresário-patrão-dono-de-hospital-não, o "capitalismo empresarial" não, o "explorador de mão-de-obra" não. 


6) Por baixo dos panos, tenta  induzir o médico  e a população  a pensarem : se o médico é que é importante, para o SUS , o SUS não precisa de hospitais, de tecnologia, de ciência de ponta, de medicina "complexa". O "SUS investe em médicos" e não em Medicina. 


7) Todo este "marketismo" é importante para jogar uma cortina de fumaça no SUSEstatização da Saúde : esconder que ele não tem gerenciamento suficiente para a complexidade que a Medicina verdadeira exige . Quando falo de “Medicina verdadeira” estou me referindo  não a esta "medicina-de-pés-descalços-do-postinho-de-saúde", não esta Medicina de "balcão de Farmácia" e "receitinhas de Dipirona"  feita por pseudo-médicos ( sem diploma médico) cubanos . 


8) A mensagem é : o SUS não precisa de Medicina, precisa de Médicos. Isto para esconder a verdade : o SUS , por sua politicagem comunista, não dá conta da Medicina de verdade, pois esta exige uma logística, um conhecimento e um gerenciamento de alto níveis ( algo desconhecido por qualquer administração Estatal)


São declarações que visam esconder a base real desta falta de Gerenciamento do SUS : o desrespeito fundamental à hierarquização e meritocracia técnica : o médico como natural membro da equipe de saúde , como necessário e valorizado elemento na hierarquia de serviços ( quem tem mais conhecimento, práticas mais complexas e de risco, mais responsabilidade, em qualquer sistema de trabalho no mundo tem de receber melhor e tem de estar hierarquicamente superior dentro do organograma da empresa ). 


10) Então, nota-se que o objetivo final do "marketismo" é transformar a realidade em seu contrário : dizer que o médico é valorizado no SUS quando o problema fundamental do SUS é exatamente a desvalorização dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário